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Médium e Obsessão | Site de Estudos Espíritas - João Lima

Médium e Obsessão

Médium e Obsessão – Estudo Espírita

¨“Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos (escravos) da corrupção (perversão, devassidão, deterioração). Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.

¨Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes neste último estado pior do que no primeiro.

¨Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado;

¨Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio golfo, e a porca lavada ao espojadouro de lama.”

Pedro (2 Pedro, 2:19-22)

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INTRODUÇÃO

¨Na época atual vemos confirmada, cada vez mais, a assertiva de Allan Kardec de que a ação dos Espíritos malfazejos constitui um dos flagelos que assolam a Humanidade.

¨Vejamos como o Codificador apresenta a questão, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”:

   “Os Espíritos maus pululam em torno da Terra, em virtude da inferioridade moral dos seus habitantes. A ação malfazeja que eles desenvolvem faz parte dos flagelos com que a Humanidade se vê a braços neste mundo. A obsessão, como as enfermidades e todas as tribulações da vida deve ser considerada prova ou expiação e como tal aceita“ (Cap. XXVIII, it. 81)

 

CONCEITO

OBSESSÃO: “Perseguição / Impertinência / Ideia fixa / Mania de perseguição / Constância de Perseguição.”

(Dicionário Aurélio)

¨Em se tratando de Doutrina Espírita, o termo obsessão tem conotação mais profunda, difere portanto do significado vulgarmente adotado, pois neste último caso denota uma ideia fixa, que gera um estado mental doentio; patológico, geralmente presente nas neuroses, fobias, estados psicóticos, etc.

 

¨Allan Kardec definindo a obsessão diz:

     “A obsessão é a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais.”

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, it81)

Mais algumas anotações de Kardec

¨Em “O Livro dos Médiuns”, o mestre lionês esclarece que a obsessão é “o domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas. Nunca é praticada senão pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar.” – e acrescenta que “os bons Espíritos nenhum constrangimento infligem.”

(Cap. XXIII, it.237)

¨Kardec adverte ainda que em grande parte dos estados mentais patológicos a obsessão está presente, seja provocando ou intensificando os distúrbios psicológicos.

Obsessão

¨A obsessão apresenta característica diversas que precisamos distinguir com precisão, resultantes do grau do constrangimento e da natureza dos efeitos que este produz.

¨A palavra obsessão é portanto um termo genérico pelo qual se designa o conjunto desses fenômenos, cujas principais variedades são: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação.

¨CAUSAS DA OBSESSÃO

¨A obsessão é sempre resultado da imperfeição moral dos seres humanos.

¨Em síntese, são 5 as suas causas:

1 – vingança – exercida por um Espírito que foi lesado nesta existência ou em vidas passadas.

2 – desejo de fazer o mal – o Espírito por estar sofrendo, entende de fazer sofrer os outros
sentindo prazer em atormentá-los.

3 – ódio e inveja do bem – não existe vínculos do passado. Quando o Espírito age movido pela
inveja: o bem-estar ou a honestidade de certas pessoas o incomoda. Nestes casos a pessoa
visada, embora sendo honesta nesta encarnação, traz “matrizes” espirituais decorrentes de
débitos anteriores o que a torna receptiva às influências negativas.

4 – fraqueza moral de certos indivíduos – o que induz o Espírito a atormentá-los, pois sabe que são incapazes de lhe resistir.

5 – por orgulho do falso saber – são Espíritos obsessores que agem sem o cunho da maldade. Têm ideias próprias, sistemas pessoais sobre ciência, moral, religião, etc. e agem na intenção de fazer com que essas teorias prevaleçam. Aproximam-se de médiuns crédulos, geralmente
sem estudo e conhecimento doutrinário fascinando-os com a ilusão de que jamais erram, que estão com a verdade e, para maior ascendência, adotam nomes falsos, preferencialmente os de vultos respeitáveis. Não recuam sequer (diz Kardec) “ante o sacrilégio de se dizerem Jesus, a Virgem Maria, ou um santo venerado.”

(O Livro dos Médiuns, cap. XXIII, itens 245 e 246)

¨* ALERTA PARA OS MÉDIUNS !!!

GRADAÇÕES DAS OBSESSÕES

¨Dependendo do grau do constrangimento que o obsessor exerce sobre a sua vítima e dos efeitos que esta ação produz, pode-se classificar os processos obsessivos em três principais variedades:

Obsessão simples

Fascinação

e Subjugação

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OBSESSÃO SIMPLES

¨Consiste na interferência de Espíritos malévolos, que agem de forma sutil, com pensamentos depressivos de teor negativo lançados na mente da vítima, que ao sintonizar com tais ideias se faz receptivo, acolhendo-as e dando-lhes espaço mental suficiente para que se transformem, com o tempo, em hábitos mentais viciosos.

¨Tais pensamentos se expressam em ideias deprimentes, pessimistas ou trazem o cunho
do rancor/mágoa, irritação, angústia, medo, ansiedade, insegurança, inveja, ciúme, egoísmo,
vícios, etc.

OBSESSÃO SIMPLES

¨Em relação aos médiuns a ação se faz através da própria prática medíúnica, que desenvolvem, pois o Espírito obsessor passa a interferir contra a vontade do médium nas comunicações que estes recebem, impedindo-os de sintonizar com os outros Espíritos.

¨Esses assédios obsessivos, sem afetarem propriamente a razão, expressam-se através de mudanças de temperamento/conduta e ânimo dos indivíduos.

Não se está obsedado pelos simples fato de ser enganado por um Espírito mentiroso, pois o melhor médium está sujeito a isso, sobretudo no início, quando ainda lhe falta a experiência necessária, como entre nós as pessoas mais honestas podem ser enganadas por trapaceiros. Pode-se, pois, ser enganado sem estar obsedado. A obsessão consiste na tenacidade de um Espírito do qual não se consegue desembaraçar.

Na obsessão simples o médium sabe perfeitamente que está lidando com um Espírito mistificador, que não se disfarça e nem mesmo dissimula de maneira alguma as suas más intenções e o seu desejo de contrariar. O médium reconhece facilmente a mistificação, e como se mantém vigilante raramente é enganado. Assim, esta forma de obsessão é apenas desagradável e só tem o inconveniente de dificultar as comunicações com os Espíritos sérios ou com os de nossa afeição.

¨Manoel Philomeno de Miranda, em seu livro “Nas Fronteiras da Loucura” analisando as obsessões esclarece:

   “A obsessão simples é parasitose comum em quase todas as criaturas, em se considerando o natural intercurso psíquico vigente em todas as partes do Universo.”

(Cap. Análise das Obsessões)

 

FASCINAÇÃO

¨“É uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium e que, de certa maneira, lhe paralisa o raciocínio, relativamente às comunicações. O médium fascinado não acredita que o estejam enganando: o Espírito tem a arte de lhe inspirar confiança cega, o que o impede de ver o embuste e de compreender o absurdo do que escreve, ainda quando esse absurdo salte aos olhos de toda gente.”

(O Livro dos Médiuns, questão 239)

¨O individuo fascinado se julga o “dono da verdade” e tudo faz para divulgar suas ideias, em geral esdrúxulas, sem lógica, fantasiosas mas que julgam serem belas, coerentes e autênticas. A pessoa perde a noção do ridículo e do discernimento.

¨Os espíritos malfazejos insuflam orgulho de missões especiais ao indivíduo .

 

¨As pessoas fascinadas também exercem fascínio sobre outras criaturas que vibram na mesma faixa e se entusiasmam pelas teorias que veiculam, com a mesma cega impressão de que tudo está muito certo, de que só elas são detentoras da verdade, que são enviados de Deus, ETS e muitas outras formas de fascinação.

¨Isto ocorre porque os Espíritos fascinadores agem de maneira a exercerem coletivamente a sua atuação.

¨A história registra muitos casos de fascinação coletiva, como por exemplo: Hitler e o nazismo, com suas ideias de seleção das raças, de domínio; Jin Jones (nas Guianias) que induziu dezenas de pessoas ao suicídio, etc.

 

¨No tocante a nós espíritas, os Espíritos que promovem os processos de fascinação quase sempre o fazem com intenções malévolas de causar prejuízos ao médium, de confundir de perturbar as instituições, de enfraquecer e provocar a desunião em nossas fileiras.Neste caso, a ascendência que exercem encontra as necessárias brechas na invigilância, na falta de estudo, de humildade, de se cultivar o hábito da prece, enfim, em todos os nossos pontos vulneráveis.

¨Deve-se levar em conta que os Espíritos fascinadores, conforme Kardec alerta, são ardilosos e profundamente hipócritas.

 

SUBJUGAÇÃO

¨Na subjugação o domínio do Espírito obsessor é de tal ordem que impede àquele que está sendo visado de agir por vontade própria.

¨O Codificador esclarece:

“A subjugação é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado. Numa palavra: o paciente fica sob um verdadeiro jugo.”

(O Livro dos Médiuns, it.240)

¨A subjugação pode ser física, psíquica e simultaneamente fisio-psíquica

¨FÍSICA: Dá-se sobre os centros motores e obriga o individuo a ceder sob violencia opressora. Abre as portas tambem para várias enfermidades orgânicas.

¨PSÍQUICA: A pessoa tomba sob tortura emocional chegando a perder por completo a lucidez. O Espírito encarnado perde temporaria ou definitivamente a consciencia na atual reencarnação, não podendo se expressar livremente.

   “Um contínuo aturdimento o tonta. A visão, a audição como os demais sentidos confundem a realidade ohjetiva ao império das vibrações e faixas que registra desordenadamente na esfera física e na espiritual.

     O Espírito encarnado movimenta-se num labirinto que o atemoriza, algemado a um adversário que llte é impenitente, maltratando-o, aterrando-o com ameaças cruéis, em parasitose firme na desconsertada casa mental.

     Por fim, assenhoreia-se, simultaneamente, dos centros do comando motor e domina fisicamente a vítima, que lhe fica inerte, subjugada, cometendo atrocidades sem nome”.

(Philomeno, de M. Manoel – Nas Fronteiras da Loucura – Cap. Análise das obsessões)

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TIPOS DE OBSESSÃO

” (…) Existem problemas obsessivos, em várias expressões como os de um encarnado sobre outro; de um desencarnado sobre outro; de um encarnado sobre um desencarnado e, de forma geral, deste sobre aquele.”

(Sementes de Vida Eterna, cap. XXX)

Além dos tipos acima citados encontramos também na literatura os tipos: obsessão recíproca e a Auto-obsessão.

(Obsessão / Desobsessão)

 

De encarnado para encarnado

¨Domínio mental que se estabelece de um encarnado sobre outro.

“Este domínio mascara-se com os nomes de ciúme, inveja, paixão, desejo de poder, orgulho, ódio e é exercido, às vezes, de maneira sutil que o dominadose julga extremamente amado. Até mesmo protegido.”

(Obsessão/Desobsessão, cap.V)

 

De desencarnado para desencarnado

¨Existem, no plano espiritual, obsessores entre os Espíritos pelos mesmos motivos que ocorrem na Terra.

 

De desencarnado para encarnado

¨Esta modalidade é a mais comum ou mais conhecida por ser a que com frequência leva as pessoas aos Centros Espíritas em busca de ajuda e socorro espiritual.

¨O obsessor age impulsionado pelo desejo de vingança, revide, ajuste de contas do passado e na maioria dos casos tem vínculos com a vítima.

¨Nesta atuação maléfica de um Espírito sobre um encarnado, o obsessor tem, a seu favor, o fato de não ser visível e nem sempre é percebido ou pressentido pela sua vítima, que imprevidente e desconhecendo a possibilidade de sintonia entre os dois planos, deixa-se sugestionar e dominar pelo perseguidor, que encontra em seu passado as “tomadas” mentais que facultarão esta conexão.

De encarnado para desencarnado

¨“Expressões de amor egoísta e possessivo, por parte dos que ainda estão na carne, redundam em fixação mental naqueles que desencarnaram, retendo-os às reminiscências da vida terrestre, Essas emissões mentais constantes, de dor, revolta, remorso e desequilíbrio terminam por imantar o recem-desencarnado aos que ficaram na Terra, não lhe permitindo alcançar o equilíbrio de que carece para enfrentar a nova situação.”

(Obsessão/Desobsessão, cap. V)

¨Pode ocorrer também, por ódio, revolta e inconformação ante as decisões do desencarnado com relação à partilha de bens ou atitudes ou atividades que desenvolvia quando encarnado.

OBSESSÃO RECÍPROCA

¨Segundo Suely C. Schubert no livro já citado, relata que a obsessão pode assumir, também, a característica da reciprocidade.   Ela esclarece:

“Essa característica de reciprocidade transforma-se em verdadeira simbiose, quando dois seres passam a viver em regime de comunhão de pensamentos e vibrações. Isto ocorre até mesmo entre os encarnados que se unem através do amor desequilibrado, mantendo um relacionamento enervante.”

                               (Obsessão/Desobsessão, cap. V)

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AUTO-OBSESSÃO

¨Allan Kardec assevera que não raras vezes,

“O homem é o obsessor de si mesmo.”

   “Alguns dos estados doentios e certas aberrações que se lançam à conta de uma causa oculta, derivam do Espírito do próprio indivíduo.”

(Obras Póstumas, it. 58)

¨Estas pessoas são doentes da alma e cultivam estados íntimos de autopunição a expressarem-se em quadros neuróticos ou de “doenças fantasmas”, tormentos e culpas advindos de outras reencarnações. São obsessores de si mesmos, vivendo um passado do qual não conseguem fugir.

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OBSESSÃO E MEDIUNIDADE

¨No item 243, de O Livro dos Médiuns, Kardec enumera nove características pelas quais se pode reconhecer a obsessão no médium, são elas:

¨“1 a) Persistência de um Espírito em se comunicar bom ou mau grado, pela escrita, pela audição, pela tiptologia, etc, opondo-se a que outros Espíritos o façam;

¨2 a) Ilusão que, heo obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações que recebe;

¨3a) Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem coisas falsas ou absurdas;

4a) Confiança do médium nos elogios que líte dispensam os Espíritos que por ele se comunicam;

5a)   Disposição para   se   afastar das pessoas   que podem   emitir   opiniões aproveitáveis;

6ª) Tomar a mal a crítica das comunicações que recebe;

7ª) Necessidade incessante e inoportuna de escrever;

8ª) Constrangimento físico qualquer, dominando-lhe a vontade e forçando-o a agir ou falar a seu mau grado;

9ª) Rumores e desordens persistentes ao redor do médium/ sendo ele de tudo a causa, ou o objeto.”

¨“Não é a faculdade mediúnica que provoca a obsessão?”, indaga Allan Kardec. E ele mesmo tece comentários sobre esta questão:

   “Não foram os médiuns, nem os espíritas que criaram os Espíritos; ao contrário, foram os Espíritos que fizeram haja espíritas e médiuns. Não sendo os Espíritos mais do que as almas dos homens, é claro que há Espíritos desde quando há homens; por conseguinte, desde todos os tempos eles exerceram influência salutar ou perniciosa sobre a Humanidade. A faculdade mediúnica não lhes é mais que um meio de se manifestarem “.

(O Livro dos Médiuns, item 244)

 

Conclusão

¨“Seja, porém, qual for o processo através de cujo mecanismo se apresente, a obsessão resulta da identificação moral de litigantes que se encontram na mesma faixa vibratória, necessitados de reeducação, amor e elevação.

¨ A mediuniãade constitui abençoado meio para evitar, corrigir e sanar os processos obsessivos, quando exercida religiosamente, isto é, com unção, com espírito de caridade voltada para a edificação do “Reino de Deus” nas mentes e nos corações.

 

¨Nenhum médium, todavia, ou melhor dizendo, pessoa alguma está indene a padecer de agressões obsessivas, cabendo a todos a manutenção dos hábitos salutares, da vigilância moral e da oração mediante as ações enobrecidas, graças aos quais se adquirem resistências e defesas para o enfrentaniento com as mentes doentias e perversas que pululam na erraticidade inferior e se opõem ao progresso do homem, portanto, da humanidade.

¨(…) A obsessão, no exercício da mediunidade, é alerta que não pode ser desconhecido, constituindo chamamento à responsabilidade e ao dever”.

 

¨Bibliografia

  1. KARDEQ Allan – O Livro dos Médiuns – FEB.
  2. KARDEQ Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo – FEB.
  3. KARDEQ Allan – Obras Póstumas – FEB.
  4. FRANCO, Divaldo P./Manoel Philomeno de Miranda – Nas Fronteiras da Loucura – LEAL.
  5. FRANCO, Divaldo P./Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão.
  6. FRANCO, Divaldo P./Manoel Philomeno de Miranda – Sementes de Vida Eterna.
  7. SCHUBERT, Suely C. – Obsessão/Desobsessão – FEB.
  8. XAVIER, Francisco C./André Luiz – Nos Domínios da Mediunidade – FEB.
  9. XAVIER, Francisco C./André Luiz – Libertação – FEB.
  10. DIAS, Haroldo D. / O Novo Testamento – FEB.

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