A influencia do meio sobre o médium – 3ª Parte

A terceira pergunta encontrada no Capítulo XXI de O Livro dos Médiuns é a seguinte:

3. Os Espíritos superiores tentam levar as reuniões fúteis a intenções mais sérias?
— Os Espíritos superiores não comparecem às reuniões em que a sua presença é inútil. Aos meios de pouca instrução, mas onde há sinceridade, vamos de boa vontade, mesmo que só encontremos instrumentos deficientes. Mas aos meios instruídos, em que a ironia impera, não vamos. Neles é necessário tocar os olhos e os ouvidos, e esse é o papel dos Espíritos batedores e zombeteiros. É bom que os que se vangloriam de sua sabedoria sejam humilhados pelos Espíritos menos sábios e menos adiantados.
Partindo desse princípio, imaginemos uma reunião de homens levianos, inconsequentes, interessados apenas em seus prazeres.
Quais seriam os Espíritos que de preferência estariam entre eles?
Certamente não seriam os Espíritos Superiores, porque sábios e filósofos não iriam passar entre eles o seu tempo. Assim, toda vez que os homens se reúnem, há entre eles uma reunião oculta de simpatizantes de suas qualidades e imperfeições, e isso sem qualquer ideia de evocação.
Portanto admitindo que os encarnados queiram se comunicar com os Espíritos através de um intermediário, ou seja, de um médium, que Espíritos responderão ao seu apelo?
Evidentemente os espíritos que já estão lá, na reunião, predispostos a comunicar-se e aguardando uma ocasião favorável.
Se numa reunião fútil se evocar um Espírito superior, ele poderá atender, dando uma comunicação orientadora, como a um bom pastor que se dirige às suas ovelhas desgarradas. Mas se não se vê compreendido nem ouvido, vai-se embora, como também o farias em seu lugar, e os outros têm o campo livre.

A quarta pergunta encontrada no Capítulo XXI de O Livro dos Médiuns é a seguinte:
4. É proibido aos Espíritos inferiores comparecerem às reuniões sérias?
— Não. Às vezes permanecem nelas, a fim de aproveitarem os ensinamentos que vos são dados. Mas se calam, como se calam naturalmente os levianos e insensatos numa reunião de sábios.
A seriedade das pessoas que compõem uma reunião, entretanto, não é sempre suficiente para favorecer comunicações elevadas.

Reflexão:
Há pessoas que nunca riem, mas nem por isso tem a pureza de coração.
Ora, o que atrai os Espíritos são os nossos sentimentos, nossas vibrações. Nenhuma condição moral impede as comunicações.
Se queremos permanecer em companhia dos bons Espíritos, é necessário que sejamos bons, do que se conclui como é real a influência do meio sobre a natureza das manifestações inteligentes.

Mas isto não se exerce como pretendiam algumas pessoas, quando ainda não se conhecia como hoje o mundo dos Espíritos, e antes que as experiências mais decisivas tivessem esclarecido as dúvidas.
Quando as comunicações concordam com a maneira de ver dos assistentes, não é que as suas opiniões se tenham refletido no Espírito do médium como num espelho, mas que os Espíritos simpáticos a estes, para o bem ou para o mal, participam e partilham das mesmas ideias.

A comprovação definitiva é que, se o grupo puder atrair outros Espíritos, para se comunicarem em lugar dos que habitualmente os cercam, o mesmo médium falará umas linguagens muito diferentes, dando comunicações bastante diversas das suas ideias e convicções.

Conclui Kardec:
As condições do meio, visando a reunião mediúnica serão tanto melhores, quanto maior homogeneidade houver entre os participantes para o bem, com mais sentimentos puros e elevados, mais desejo sincero de aprender, sem segundas intenções.
No item 331, afirma o Codificador: “Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são a resultante das de seus membros e formam como que feixe. Ora, este feixe tanto mais força terá quanto mais homogêneo for”.

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